A secretária de Saúde do Trabalhador da Central Única dos Trabalhadores (CUT/Sergipe), Maria do Carmo Batista Santos, do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de São Cristóvão (STTR), trouxe à tona um importante alerta sobre a saúde e o bem-estar dos trabalhadores idosos. Durante o Seminário da Pessoa Idosa realizado no Convento das Carmelitas em São Cristóvão, Maria do Carmo compartilhou reflexões baseadas nas experiências cotidianas das trabalhadoras rurais e agricultores familiares.
A conscientização sobre o cuidado com a saúde das pessoas idosas, segundo Maria do Carmo, deve começar desde a infância. Ela enfatiza a necessidade de capacitar e sensibilizar as crianças nas escolas, ressaltando a importância do cuidado com os idosos e o próprio corpo, a fim de garantir uma velhice saudável e ativa.
Maria do Carmo destaca que a melhoria das condições de vida das mulheres idosas que vivem no campo depende da conquista de políticas públicas específicas. Isso inclui políticas agrárias, capacitação, subsídios, ferramentas e a garantia de um auxílio para a terceira idade, semelhante ao auxílio reclusão, para garantir o bem-estar, acesso a medicamentos e reconhecimento da contribuição desses idosos.
A dirigente sindical enfatiza que as pessoas idosas, devido à sua contribuição à sociedade, não devem ser invisibilizadas pela família ou pelo poder público. Ela ressalta o papel ativo dos idosos, que frequentemente auxiliam na criação dos netos, na educação e em tarefas do dia a dia. Maria do Carmo apela por espaços de acolhimento que proporcionem qualidade de vida, alegria, capacitação e diversão, de forma a fazer com que os idosos se sintam úteis e necessários, não um fardo para suas famílias.
Além disso, a dirigente da CUT/SE argumenta que é necessário simplificar o acesso dos idosos aos serviços de saúde e cuidados, para que possam receber assistência de forma mais ágil. Em relação aos casos de maus-tratos, Maria do Carmo defende uma fiscalização mais rigorosa e punições para os infratores, destacando a urgência de combater o desrespeito aos idosos.
Outro tipo de violência mencionada pela sindicalista é a negação dos direitos de prioridade de atendimento para os idosos em filas, hospitais, UTIs, ônibus e outros espaços públicos. Maria do Carmo enfatiza a necessidade de ação concreta por parte do movimento sindical e dos movimentos sociais em defesa dos idosos que trabalharam a vida toda, enfatizando que eles não devem ser alvo de discriminação, violência ou negligência por parte da sociedade.