O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou nesta quinta-feira que o assassinato da vereadora Marielle Franco será “integralmente resolvido” em breve. O caso, que chocou o Brasil e o mundo em março de 2018, é alvo de investigações da Polícia Federal e da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Flávio Dino, indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, permanece no comando da pasta até 8 de janeiro. Em uma declaração durante o último balanço de sua gestão no Ministério da Justiça, Dino reiterou a promessa de elucidar o caso Marielle Franco.
“Quero reiterar e cravar: não tenho dúvida de que o caso Marielle em breve será integralmente elucidado. É um caso fundamental pelo simbolismo de defesa das mulheres, das mulheres da política e, portanto, da política. Marielle representa a defesa da vida”, afirmou o ministro.
O assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes ocorreu em 14 de março de 2018, quando o carro em que estavam foi emboscado no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro. Marielle, aos 38 anos, conhecida por sua atuação combativa, foi atingida por quatro tiros na cabeça e morreu instantaneamente. Seu motorista também foi baleado e faleceu no local.
Em outubro, o inquérito que apura o caso foi enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), uma vez que novas suspeitas recaíram sobre Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). As acusações surgiram a partir da delação premiada do ex-policial militar Élcio Queiroz, preso sob suspeita de envolvimento no assassinato.
O ministro da Justiça não especificou detalhes sobre os avanços na investigação, mas a mudança para o STJ indicou a necessidade de aprofundar a apuração sobre Domingos Brazão, destacado na delação de Queiroz.
Em setembro de 2019, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, solicitou ao STJ a apuração de indícios de autoria intelectual de Domingos Brazão no homicídio de Marielle. Houve tentativas de federalizar as investigações, mas a promotora de justiça Simone Sibílio, responsável pelo inquérito, defendeu a continuidade na esfera estadual, destacando a dependência de quebras telemáticas para a elucidação do caso.
Atualmente, após um acordo no início do ano, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Federal têm a responsabilidade de descobrir quem ordenou o assassinato da vereadora e de seu motorista. O desfecho desse caso emblemático continua a ser aguardado com grande expectativa pela sociedade brasileira.