Durante um evento no Congresso Nacional para marcar o primeiro aniversário dos atos golpistas de 8 de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um pronunciamento incisivo, destacando a importância de punir exemplarmente todos os envolvidos na tentativa de golpe.
“Todos aqueles que financiaram, planejaram e executaram a tentativa de golpe devem ser exemplarmente punidos. Não há perdão para quem atenta contra a democracia, contra seu país e contra o seu próprio povo. O perdão soaria como impunidade. E a impunidade, como salvo conduto para novos atos terroristas”, afirmou Lula em seu discurso.
O presidente leu a maior parte do pronunciamento e enfatizou que a desinformação teve papel crucial no inflar da tentativa de golpe. Além disso, defendeu a necessidade de regulação das redes sociais, atribuindo à desinformação e ao discurso de ódio a responsabilidade pelos eventos de 8 de janeiro.
“As mentiras, a desinformação e os discursos de ódio foram o combustível para o 8 de janeiro. Nossa democracia estará sob constante ameaça, enquanto não formos firmes na regulação das redes sociais”, alertou Lula.
O ex-presidente também dirigiu críticas indiretas à gestão de Jair Bolsonaro, argumentando que não existe democracia sem liberdade. Em sua visão, a liberdade não deve ser interpretada como uma autorização para disseminar desinformação sobre vacinas nas redes sociais, o que, segundo ele, pode ter contribuído para o número significativo de mortes por Covid-19 no país.
“Liberdade não é o direito de pregar a instalação de um regime autoritário e o assassinato de adversários”, ressaltou Lula, sem mencionar diretamente o nome de Bolsonaro.
Em um trecho improvisado, Lula sugeriu que, se o atual presidente considera as urnas eletrônicas falhas, deveria pedir aos seus três filhos – Flávio, Eduardo e Carlos – que renunciem aos seus mandatos de senador, deputado e vereador, respectivamente.
O discurso do ex-presidente Lula reflete a polarização política no Brasil, destacando a importância de preservar a democracia, punir responsáveis por atos golpistas e regulamentar as redes sociais para combater a desinformação. O evento no Congresso Nacional marca mais um capítulo na contínua discussão sobre os rumos políticos do país.