A polêmica envolvendo a compra de passagens com dinheiro público, protagonizada pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macedo, do Partido dos Trabalhadores (PT), continua a abalar os corredores do poder em Brasília. A situação, que ganhou destaque na imprensa nacional, está gerando repercussões não apenas nos bastidores do governo, mas também dentro do próprio partido.
Segundo informações obtidas por fontes na classe política em Brasília e veículos de imprensa como o Correio Braziliense e o Estadão, setores do PT nacional consideram a situação como a “gota d’água” para a permanência de Márcio Macedo no ministério. A controvérsia em torno da viagem de três assessores a Aracaju, com custos cobertos pelos cofres públicos, é apontada como apenas a ponta do iceberg das falhas atribuídas ao ministro.
A mobilização interna dentro do PT e de movimentos sociais ganha força, com o objetivo de pressionar pela saída de Márcio Macedo e o retorno de um antigo colaborador de confiança, Gilberto Carvalho. Carvalho, figura destacada no PT e um dos fundadores do partido, desempenhou papéis cruciais como chefe de Gabinete de Lula durante oito anos, além de ocupar a posição de Secretário-Geral da Presidência no primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff.
A estratégia de Carvalho na condução de movimentos sociais e sua experiência com as campanhas eleitorais do partido, incluindo a de 2022, o posicionam como uma opção considerável para restabelecer a estabilidade na Secretaria-Geral da Presidência. Analistas políticos apontam que a posição estratégica ocupada por Carvalho não foi adequadamente preenchida por Márcio Macedo, conforme indicado por declarações do ex-presidente Lula em dezembro passado.
Em resposta à polêmica, Márcio Macedo anunciou que o caso está sob apuração, afirmando que seus colaboradores já ressarciram os gastos. O ministro alega ter custeado suas próprias despesas durante o Pré-Caju realizado entre 3 e 5 de novembro do ano passado, fora de seu horário de expediente.