Em uma solenidade realizada na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um longo desabafo sobre a Operação Lava-Jato e acusou o governo dos Estados Unidos de atuar contra a Petrobras. O presidente anunciou a retomada de investimentos nas instalações da estatal brasileira e alegou que houve um complô envolvendo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, juízes e procuradores para prejudicar o sucesso da Petrobras.
Lula declarou que a História ainda revelará a verdade por trás dos acontecimentos e que o Brasil foi vítima de uma conspiração que envolveu alguns juízes e procuradores, subordinados ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Ele afirmou que esse grupo não aceitava o sucesso da Petrobras como uma empresa nacional. O ex-presidente fez o comentário em meio ao anúncio da retomada de investimentos na refinaria.
“Houve uma mancomunação entre alguns juízes deste país, alguns procuradores deste país, subordinados ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que queriam e nunca aceitaram o Brasil ter uma empresa como a Petrobras”, afirmou Lula durante seu discurso.
O presidente também abordou as suspeitas de corrupção relacionadas à construção da refinaria Abreu e Lima, que geraram desgastes significativos para o Partido dos Trabalhadores (PT) durante o auge da Lava-Jato. O Tribunal de Contas da União (TCU) chegou a apontar superfaturamento de pelo menos R$ 2,1 bilhões durante as obras.
Lula admitiu “erros e acertos” na construção da refinaria, dando graças por o Brasil ter tocado a obra sozinho após a Venezuela, que inicialmente seria parceira no projeto, desistir da parceria. Ele enfatizou a importância do empreendimento e destacou que a Petrobras seguirá tocando as obras com aprendizados do passado.
A refinaria Abreu e Lima, conhecida como Rnest, nunca foi concluída e foi alvo de escândalos de corrupção envolvendo diretores da estatal, empreiteiras e integrantes de partidos políticos. A primeira unidade entrou em operação em 2014, e o projeto original previa uma segunda unidade, que foi descartada em 2015. Com a chegada do PT novamente ao poder, a Petrobras decidiu acelerar o projeto de ampliação da refinaria.
