Em meio a uma escalada de tensões políticas, um total de 100 deputados federais da oposição formalizaram um pedido de impeachment do presidente Lula (PT). A ação foi desencadeada após declarações controversas do líder petista, que comparou a operação militar israelense na Faixa de Gaza ao Holocausto dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
O deputado Kim Kataguiri (União-SP) é um dos signatários do pedido e destacou que as palavras de Lula não foram apenas uma gafe, como sugerido por alguns veículos de imprensa, mas sim uma afronta às vítimas do Holocausto. “Sua fala contra Israel associando-o ao Holocausto não é apenas uma gafe, como a imprensa tem dito, mas sim uma afronta às vítimas desse terrível crime contra os judeus”, afirmou Kataguiri.
O documento, elaborado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP), recebeu adesão de diversos parlamentares, incluindo Júlia Zanatta (PL-SC), o líder da oposição na Câmara, Carlos Jordy (PL-RJ), Rosângela Moro (União-SP), Marcel van Hattem (Novo-RS) e o pastor Marco Feliciano (PL-SP).
“Erro gravíssimo”, declarou o deputado Messias Donato (Republicanos-ES), também signatário do pedido, destacando que, na sua visão, Lula tem conduzido o Brasil ao desastre internacional.
A iniciativa exige 171 assinaturas para ser protocolada como um pedido de impeachment na Câmara dos Deputados. Até o momento, 100 parlamentares já subscreveram o documento.
As tensões foram agravadas quando, no último domingo, durante entrevista em Adis Abeba, capital da Etiópia, Lula voltou a atacar Israel, comparando as operações militares na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus promovido por Adolf Hitler. “Sabe, o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse o presidente.
No contexto internacional, na quinta-feira anterior, durante encontro com o ditador egípcio Abdel Fattah al-Sisi, no Cairo, Lula afirmou que Israel tem “a primazia” de não cumprir as decisões proferidas pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Vale ressaltar que, entre os deputados federais de Sergipe, apenas Rodrigo Valadares assinou o pedido de impeachment. A situação promete intensificar os debates políticos nas próximas semanas, à medida que o pedido é formalizado e a resposta do governo e da base aliada se torna mais evidente.
