Apesar das mais de 100 assinaturas reunidas na Câmara, entre deputados de oposição e até de partidos da base aliada do governo, o pedido de impeachment de Lula que deve ser protocolado nesta terça-feira (20/2) já tem destino certo: vai repousar em alguma gaveta do gabinete de Arthur Lira.
O presidente da Câmara não tem revelado publicamente o que fará em relação ao pedido contra o presidente, mas a expectativa de aliados próximos a ele é que Lira não tome nenhuma atitude e simplesmente deixe o pedido de lado.
Ou seja, aceitar o pedido está fora de cogitação, assim como arquivá-lo, o que desagradaria à oposição na Câmara. O pedido de impeachment de Lula surgiu após a comparação feita pelo petista entre a guerra em Gaza e o Holocausto, resultando em uma crise diplomática com Israel. A oposição alega que o presidente expôs o Brasil ao perigo de guerra, configurando crime de responsabilidade.
Para protocolar um pedido de impeachment, são necessárias 171 assinaturas. Até o fim da segunda-feira (19/2), 108 deputados haviam apoiado a iniciativa, mostrando a divisão e a complexidade política do atual cenário brasileiro.