A Polícia Federal vai instaurar um procedimento para apurar as falas de Elon Musk contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. No último final de semana, o bilionário sul-africano direcionou diversas críticas ao magistrado e anunciou que desrespeitaria decisões do STF no contexto das restrições impostas ao X (ex-Twitter) pela Corte.
O objetivo é investigar se o empresário cometeu algum crime em suas declarações – em especial a de que não cumpriria decisões da Justiça brasileira. “Se Musk instiga, induz, insufla ou faz apologia à prática de crime, ele comete um crime”, avalia uma fonte da PF familiarizada com o caso.
O procedimento se debruçará sobre as declarações e, portanto, Elon Musk por ora não constará como investigado pela PF.
No último domingo (7), Moraes incluiu o empresário no inquérito das milícias digitais alegando haver uma “dolosa instrumentalização criminosa” do X. A decisão ocorreu na sequência de uma série de publicações do bilionário na rede social ao longo do final de semana acusando o ministro do STF de promover atos de censura.
Após questionar diretamente o magistrado, Musk anunciou que passaria a desrespeitar decisões do Supremo e restauraria perfis que haviam sido bloqueados por determinação da Corte. Insinuou, ainda, que a rede social poderia fechar o seu escritório brasileiro em nome de “princípios”.
O dono do X também defendeu que Alexandre de Moraes renunciasse ou sofresse impeachment e acusou o ministro de “trair a Constituição” do Brasil. As publicações de Elon Musk, acusado de insuflar a direita radical desde que assumiu o controle da rede social, foram celebradas por apoiadores de Jair Bolsonaro.