O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira, em Washington, que notícias externas explicam “dois terços” do que está ocorrendo no câmbio no Brasil. Hoje, a cotação do dólar alcançou R$ 5,27. A alta coincide com a nova meta fiscal do governo, que agora prevê resultado zero em 2025, ante previsão de superávit de 0,5% do PIB.
— Hoje, de acordo com último dado que eu recebi, nos últimos minutos, o México está sofrendo mais que o Brasil, o peso mexicano está sofrendo mais que o real brasileiro em virtude do fato que está reprecificando tudo, a Indonésia também — afirmou Haddad.
De acordo com o ministro, entre os fatores que afetam a cotação do dólar estão dados que indicam atividade econômica aquecida nos EUA, dados da inflação americana “que ainda não foi totalmente digerida” e a escalada do conflito no Oriente Médio, com impacto na cotação do petróleo.
Para Haddad, a alta do dólar no Brasil também decorre, em parte, de uma turbulência causada pela divulgação de uma nova previsão para a meta fiscal:
— É preciso “explicar melhor”, ao longo do tempo, o que vai acontecer com as contas públicas brasileiras.
‘Não é a primeira turbulência’
O ministro afirmou que a nova meta é realista e embute um aprendizado do governo nos últimos meses. Ele destaca, porém, que essa nova meta está em linha com a de longo prazo de estabilizar a dívida pública.
— Está tendo turbulência essa semana, e não é a primeira que o Brasil passa. No governo anterior, o dólar bateu R$ 6 — disse.