Embora as eleições municipais de Aracaju ainda estejam a cerca de quatro meses de distância, é natural que o interesse dos eleitores na corrida eleitoral de 2024 seja baixo. Esse desinteresse é comum, pois, neste estágio, o tema é mais discutido nos bastidores políticos. No entanto, a pré-candidata a prefeita Yandra Moura (UB) está determinada a mudar esse cenário, tentando polarizar a disputa com Emília Corrêa (PL) em uma tentativa de garantir sua presença no segundo turno.

Nas últimas semanas, Yandra Moura intensificou suas provocações à vereadora Emília Corrêa, que respondeu à altura, gerando um atrito público entre as duas. Apoiadores de Yandra têm divulgado insistentemente a narrativa de que a polarização entre elas já está consolidada. No entanto, a estratégia de Yandra enfrenta um grande desafio: a rejeição significativa que seu nome carrega em Aracaju, em parte devido à associação com seu pai, André Moura (UB), uma figura política controversa na capital sergipana.

Em 2022, Yandra Moura foi a candidata mais votada no estado em sua campanha para deputada federal, mas terminou apenas na sétima posição em Aracaju, com 13.629 votos. Ela ficou atrás de Eliane Aquino (PT), Rodrigo Valadares (UB), Luiz Roberto (PDT), Katarina (PSD), Nitinho (PSD) e João Daniel (PT). Essa posição refletiu a preferência do eleitorado aracajuano, que majoritariamente se inclina para a esquerda.

A eleição passada ainda ecoa na atual disputa, e Yandra Moura teme uma nova polarização, desta vez com Candisse Carvalho (PT), a pré-candidata de Lula. Em 2022, Lula foi o presidenciável mais votado na capital, com 190.875 votos no segundo turno, indicando uma forte base de apoio de esquerda em Aracaju. Yandra Moura enfrenta, portanto, um cenário político complexo, onde a rejeição e a preferência histórica do eleitorado podem ser obstáculos significativos para sua campanha.

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