A pré-candidata a vereadora de Aracaju pelo PSD, Priscila Boaventura, tem apresentado em sua campanha um enfoque especial no desenvolvimento e inclusão na educação da capital. Suas propostas incluem a ampliação do apoio psicopedagógico nas escolas públicas, especialmente voltado para alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outros transtornos do neurodesenvolvimento, além da criação de equipes especializadas em saúde mental nas unidades de ensino.
Embora a intenção de Priscila em promover uma educação mais inclusiva seja louvável, a viabilidade de suas propostas levanta dúvidas, especialmente considerando os desafios históricos enfrentados pelo sistema educacional público em Aracaju. O discurso de “garantir que cada criança tenha as ferramentas necessárias para desenvolver todo o seu potencial” esbarra na realidade de uma rede pública frequentemente marcada pela falta de recursos, infraestrutura deficiente e escassez de profissionais qualificados.
A proposta de ampliação da assistência psicossocial e a inclusão de equipes especializadas em saúde mental nas escolas são medidas ambiciosas, mas é necessário questionar como essas iniciativas seriam implementadas em um cenário onde muitas escolas ainda carecem do básico, como manutenção adequada e recursos pedagógicos essenciais. A criação de um ambiente educativo acolhedor e preparado para lidar com a diversidade dos estudantes requer não apenas vontade política, mas também investimentos significativos e planejamento detalhado, aspectos que não foram claramente abordados pela pré-candidata.
Além disso, as campanhas de conscientização sobre o TEA e outros transtornos do neurodesenvolvimento são certamente necessárias para combater preconceitos e promover inclusão, mas sem uma estratégia clara de execução, há o risco de que essas ações permaneçam apenas no campo das intenções. A desinformação é, de fato, uma barreira para a inclusão, mas sua superação demanda esforços contínuos e integrados, que envolvem tanto a comunidade escolar quanto a sociedade em geral.
Priscila Boaventura defende que suas propostas representam um compromisso com a inclusão e o desenvolvimento integral dos estudantes de Aracaju. No entanto, para que esse compromisso se traduza em resultados concretos, será essencial que sua campanha apresente não apenas boas intenções, mas também soluções práticas e factíveis que possam ser implementadas no contexto atual das escolas públicas da cidade. A promessa de transformar as escolas em espaços onde a diversidade seja respeitada e valorizada é um objetivo nobre, mas que requer um detalhamento mais rigoroso para garantir sua realização efetiva.