A Confederação Israelita do Brasil (Conib) convidou magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para uma viagem de cinco dias a Israel na próxima semana. O propósito da visita é “visitar e registrar diretamente os resultados” dos ataques realizados pelo grupo terrorista Hamas contra o país em outubro do ano passado, desencadeando uma guerra no Oriente Médio.
O convite, ao qual tivemos acesso com exclusividade, destaca que a delegação de alto nível buscará entender questões e impactos jurídicos, sociais e econômicos do conflito. As atividades incluiriam reuniões com as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) e especialistas da região, proporcionando uma análise aprofundada da situação geopolítica.
A viagem, se concretizada, ocorrerá pouco mais de uma semana após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciar o apoio do Brasil a uma ação movida pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça, acusando Israel de “genocídio” contra palestinos na Faixa de Gaza durante o conflito.
A decisão de Lula foi condenada pela própria Conib. O presidente da entidade, Claudio Lottenberg, confirmou que a caravana está planejada para a próxima semana. No entanto, ele não esclareceu quem financiará a viagem, seja a própria confederação, recursos públicos ou financiadores externos. Lottenberg também não revelou quais ministros e desembargadores confirmaram presença na delegação.
Fontes da entidade indicam que a articulação de Lottenberg causou desconforto na direção da Conib, pois teria ocorrido à revelia de outros membros da cúpula, como os advogados Ary Bergher e Daniel Bialski. A iniciativa é vista como uma tentativa de estabelecer um diálogo com o Judiciário, após supostos insucessos nas tentativas de se aproximar do presidente Lula.