Na mais recente reviravolta do cenário político brasileiro, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid se tornou palco de um escândalo que envolve alegações de monitoramento ilegal de diversas lideranças políticas, incluindo os senadores por Sergipe, Rogério Carvalho (PT) e Alessandro Vieira (MDB).
De acordo com informações divulgadas pela TV Band, a lista de alvos dessa suposta espionagem vai além dos membros da CPI da Covid e inclui ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. Além disso, outros senadores como Omar Aziz, Randolfe Rodrigues e Renan Calheiros também estariam sob vigilância, assim como figuras proeminentes do cenário político como Simone Tebet, atual ministra do Planejamento, e Camilo Santana, ministro da Educação. Na Câmara dos Deputados, nomes como Rodrigo Maia e Kim Kataguiri também estariam na lista.
Não ficam de fora ex-membros do governo Bolsonaro, como Abraham Weintraub e Anderson Torres, além do general Santos Cruz, que teve conflitos públicos com a família Bolsonaro durante sua gestão. Essa rede de suposto monitoramento ilegal abrange ainda o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, identificado como membro do “núcleo político” de um esquema de monitoramento.
O escândalo veio à tona após o senador Rogério Carvalho denunciar publicamente, durante a CPI da Covid, que estava sendo vítima de espionagem. “Hoje a imprensa divulga lista dos parlamentares espionados e lá está o meu nome, conforme eu havia denunciado. Agora que ocorram as punições para que fatos dessa natureza jamais se repitam”, declarou o senador.
No dia 29, a Polícia Federal deflagrou uma operação visando Carlos Bolsonaro, identificado como integrante do “núcleo político” de um suposto esquema de monitoramento ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A investigação da PF visa desmantelar uma suposta organização criminosa incrustada na Abin, órgão chefiado pelo deputado federal Ramagem entre julho de 2019 e abril de 2022. A organização teria operado com o propósito de monitorar opositores do governo Bolsonaro, utilizando ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem autorização judicial.
O escândalo promete intensificar as tensões políticas no Brasil, com pedidos de esclarecimento, punições e investigações em curso para apurar a extensão e a legalidade dessas atividades de espionagem. O caso coloca em xeque a integridade das instituições e ressalta a importância de salvaguardar a democracia e a privacidade dos representantes eleitos.