O Instituto de Promoção e Assistência à Saúde de Servidores do Estado de Sergipe (Ipesaúde) encontra-se no centro de uma controvérsia que envolve as recentes mudanças implementadas, impactando diretamente os servidores públicos do estado. Diante das crescentes críticas e denúncias, muitas delas veiculadas através da mídia local, o Ministério Público de Sergipe (MP-SE) decidiu lançar uma investigação sobre as alterações realizadas no governo Mitidieri (PSD) e a qualidade dos serviços oferecidos pela instituição. A informação foi confirmada à revista pela própria instituição.
Entre as principais queixas dos servidores está o aumento na contribuição mensal para o plano de saúde, que subiu de 4% para 6%. Além disso, houve redução na cobertura para procedimentos como consultas e exames. Uma das mudanças mais controversas é a imposição de um limite de apenas 12 consultas médicas por ano, incluindo gestantes. Caso esse limite seja ultrapassado, os beneficiários estão sujeitos a custos adicionais de 20% do valor do procedimento.
Diante dessas mudanças e da insatisfação generalizada entre os servidores públicos, a 9ª Promotoria de Justiça dos Direitos à Saúde iniciou uma investigação abrangente para avaliar a legalidade e o impacto das alterações implementadas pela nova gestão do Ipesaúde. Isso inclui tanto o descredenciamento de prestadores de serviços antigos como a contratação de novas clínicas para a rede de assistência.
O Ministério Público requisitou informações detalhadas ao Ipesaúde, buscando esclarecimentos sobre os motivos para o descredenciamento de prestadores de serviços anteriores e a justificativa para a escolha dos novos credenciados. Além disso, a instituição espera receber um panorama comparativo que analise os serviços oferecidos aos beneficiários do plano antes e depois da reestruturação. O levantamento deve incluir informações sobre especialidades médicas disponíveis, exames realizados e procedimentos cirúrgicos oferecidos ao longo do último ano.
Diante das investigações em andamento, a Promotoria de Justiça concedeu um prazo de dez dias para que o Ipesaúde apresente as informações solicitadas. A medida visa trazer transparência e esclarecimento aos beneficiários do plano de saúde e à população em geral, assegurando que as mudanças implementadas sejam avaliadas de forma imparcial e justa, em busca de soluções que atendam aos interesses de todos os envolvidos.